Como anunciei no twitter, a Capes aprovou, na semana passada, o mestrado em Comunicação da UFPA. Deixei para falar sobre o assunto com mais detalhes, aqui no Hupo, somente agora, depois de que foi feita a publicação oficial da avaliação da Capes. Sei que tem muita gente querendo saber mais sobre o curso, como vai ser, quando, etc. Então, vou fazer um post bem objetivo, procurando esclarecer as dúvidas principais:
Área de concentração: Comunicação, Cultura e Amazônia
Linhas de pesquisa:
1. Estratégias da Comunicação Midiática na Amazônia
Estuda os processos midiáticos como lócus de constituição de sentidos, considerando as diversas instâncias, da produção à recepção, e a relação da cultura midiática com outras práticas sociais e culturais, no âmbito do desenvolvimento regional, do qual participam diversos sujeitos sociais em seus diferentes campos de atuação. Esta linha abrigará estudos sobre os processos de midiatização referentes à sociabilidade, à identidade e ao imaginário.
2. Comunicação da Ciência e as Realidades Amazônicas
Estuda a midiatização da ciência e do meio ambiente, envolvendo a relação entre a cultura midiática, as práticas especializadas da comunidade científica e a sociedade. Esta linha abrigará estudos sobre divulgação científica e ambiental, buscando a compreensão do uso das mídias na socialização dessas formas de conhecimento a partir das realidades amazônicas.
Percurso curricular:
As seguintes 03 disciplinas obrigatórias, cada uma com 60 horas:
- Mídia e Cultura na Amazônia;
- Teorias da Comunicação e
- Metodologias da Pesquisa em Comunicação.
As seguintes 09 disciplinas não obrigatórias, cada uma com 60 horas, equivalendo a 4 créditos, das quais o mestrando deverá cursar ao menos duas:
- Análise de Objetos Culturais e Midiáticos;
- Estratégias Institucionais em Comunicação na Amazônia;
- Estudos de Temas Amazônicos;
- A Poética do Imaginário na Cultura Amazônica;
- Representações Imagéticas da Amazônia;
- Mídia e Espetáculo: As Condições de Tecnicidade e Visualidade;
- Mídia e Meio Ambiente;
- Comunicação da Ciência;
- Mídia, Enunciação e Amazônia.
Número de vagas ofertadas anualmente: 10
Forma e período de seleção: a ser definido.
Corpo Docente Permanente:
NOME | ANO DE TITULAÇÃO | INSTITUIÇÃO |
Maria Ataíde Malcher | 2005 | Eca – USP |
Luciana Miranda Costa | 2004 | Naea – UFPA |
J. J. Paes Loureiro | 1994 | Paris – Sorbonne |
Netília Silva A. Seixas | 2006 | PPGL – UFPE |
Otacílio Amaral Filho | 2008 | Naea – UFPA |
Fábio Fonseca de Castro | 2004 | Paris – Sorbonne |
Scarleth Yone O´Hara | 2004 | UFMG |
Manuel José S. Dutra | 2003 | Naea – UFPA |
Comentários
Só uma pergunta: por que tanta Amazônia, Amazônia, Amazônia?
Incrível como, em outras regiões brasileiras, o regional é valorizado naturalmente, sem que 90% das disciplinas optativas tenham de ter um "Amazônia" enfiado no título. É uma tentativa forçosa e visivelmente desesperada de direcionar um programa de pós-graduação para a "moda acadêmica" do momento. E pior: num estado em que o estudo em Comunicação (no sentido amplo do termo) ainda é pouco divulgado/apoiado/institucionalizado...
Como já afirmei, admirável a proposta, professor, mas infelizmente a UFPA não precisa de mais (mais!) um mestrado regionalista. Um mestrado em Comunicação não pode ser restrito desta forma. Não condiz com a natureza epistemológica, tampouco com as necessidades e objetos de estudo de uma boa parcela dos pesquisadores de nossa região e de nossa área.
De qualquer forma, torçamos para que um projeto de pesquisa que não analise imprensa amazônica, meio ambiente ou comunicação popular entre tribos indígenas consiga ser aprovado em alguma das linhas de pesquisa!
Compreendo sua crítica, mas não se trata de um programa regionalista, pelo contrário. Regionalismo é uma forma de bairrismo, ufanismo, de defesa incondicional de um lugar. O programa não é isso. O que ele possui é um compromisso em estabelecer um foco de pesquisa sobre a comunicação no espaço social amazônico. E isso já é muita coisa... Ocorre que precisamos ter objetividade, ou, mais propriamente, foco, quando criamos um programa de pós-graduação. É preciso ser muito bom nisso, construir um referencial, um compromisso e uma identidade na investigação. Só depois dá para crescer em outras direções. O corpo docente produz pesquisa nessa conjuntura Amazônia/comunicação, e por isso a escolha. Um programa de pós não é um curso, simplesmente, é uma dinâmica de investigação coletiva que tem que ter conseqüência e coerência. Por isso a escolha.
Vamos mostrar a nossa cara?
Considero que está atrasado tarde esse mestrado. Sou da porimeira turma do cursode Comunicação Social da UFPA, em 1976. O mestrado chega 34 anos depois, o que obrigou uma multidão deformados sair de Belém para outros mercados, represnetando uma significativa evasãode mão de obra.
Mas acredito no ditado Antes Tarde do que Nunca.
Jorge Reis
Grande abraço! Concordo com você. O mestrado sai tarde, mas antes tarde! Não deu para sair antes porque a autorização, dada pela Capes, exige um corpo de doutores, produção acadêmica afim (ou seja, centrada num esforço comum de pesquisa) e um nível alto de publicação do corpo docente. Conseguir isso significa ter consolidado um esforço de pesquisa. Pois bem, termos conseguido a aprovação significa que conseguimos consolidar esse esforço.
O horário ainda não está definido e não sei responder sobre a dedicação, mas penso que a tendência é que sim, se demande DE aos alunos.
Abs.
Danilo
De fato,vivemos a cultura da inveja e do ambiente hostil quando nos deparamos com o destaque do outro. Deveria ser o contrário.
Siga em frente! Fiquei muito feliz com a oportunidade e sei de sua luta nessa trajetória! Parabéns!
abraços,
Valéria Nascimento.
abraço fraternal
Alexandre Barbalho
Você sabe informar qual será o turno da graduação em Cinema?
Parabéns por mais esta grande conquista para os comunicadores do Pará! O post também está bem informativo, valeu.
Lu.