O Papa Bento XVI está no centro de MAIS UM escândalo de pedofilia.
Segundo o jornal “The New York Times”, Bento XVI decidiu não levar adiante as denúncias contra um padre que abusou sexualmente de 200 menores surdos numa escola em Wisconsin, nos Estados Unidos. Os documentos obtidos pelo jornal mostram que o então cardeal Joseph Ratzinger, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano — responsável por investigações de casos de abuso — ignorou sucessivas denúncias da Arquidiocese de Milwaukee alertando para delitos cometidos entre 1950 e 1974 pelo padre Lawrence Murphy, diretor da renomada escola St. John para jovens surdos.
As investigações começaram somente em 1993, quando o arcebispo de Milwaukee à época, Rembert Weakland, recebeu as primeiras denúncias contra Murphy, e enviou cartas a Ratzinger pedindo providências sobre o “assunto urgente que poderia se transformar um grande escândalo”.
Somente oito meses depois, o cardeal Tarcisio Bertone, então assistente de Ratzinger e atual secretário de Estado do Vaticano ordenou a abertura de um julgamento secreto que poderia levar o padre — que fora, inclusive, atendido por um médico em Wisconsin e diagnosticado como portador de desvios sexuais — à excomunhão.
O processo, no entanto, foi suspenso em 1998, quando Murphy escreveu pessoalmente uma carta ao cardeal Ratzinger pedindo clemência.
Num comunicado, o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, admitiu que o padre “violou a lei e crianças particularmente vulneráveis”, mas ressaltou que o caso chegou ao Vaticano 1996 e “o Código da Lei Canônica não prevê punições automáticas”.
Desde 2001, chegaram ao Vaticano três mil casos de abusos sexuais — dos quais apenas 20% foram investigados e, desses, apenas casos isolados foram punidos. Segundo o monsenhor Charles Scicluna, promotor-geral do escritório de doutrina da Santa Sé, 60% dos suspeitos investigados receberam apenas penas administrativas, como a proibição de celebrar missas por tempo determinado.
O problema, neste momento, não é que haja denúncias. É que o Vaticano CONTINUA ignorando as denúncias. O Vaticano rejeita sistematicamente qualquer acusação que tenha sido feita, determinando-as, com excesso de autoritarismo, que “são infundadas”.
Mas não são infundadas. Ratzinger foi responsável, desde 1982, pela Congregação para a Doutrina da Fé, a instituição pertencente ao Vaticano que lida com casos de abuso sexual. Ou seja, é o responsável MORAL por essa praga ser encoberta.
Sim, porque não se encobre CRIMES de abuso sexual, sobretudo quando são praticados contra crianças.
Na Alemanha, seu próprio país, pede-se-lhe a renúncia. Segundo a revista Der Spiegel, um Papa pode renunciar, canonicamente falando. Porém, obviamente, é uma possibilidade rara. O último que renunciou foi Celestino V, 700 anos atrás.
Uma pesquisa divulgada ontem pela revista Stern revela um saldo bastante negativo dos últimos escândalos na terra do Papa: seu grau de aceitação entre os católicos alemães caiu de 62% em janeiro, para apenas 39% em março.
Não deve ser esquecido que a visão de mundo preconceituosa e racista de Bento XVI também já se evidenciou no seu pronunciamento crítico à fé mulçumana, em 2006, na Universidade de Regensburg.
Duas coisas são certas: 1. O nome da Igreja Católica está sujo. 2. Não será Bento XVI quem vai limpá-lo.
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