A novela Belo Monte ainda terá muito capítulos. Em termos dramatúrgicos, está mais para O Direito de Nascer, com seus mais de 400 capítulos, que para uma minissérie. Mas isso acaba sendo bom, porque são tantos os questionamentos não esclarecidos sobre a usina que se continua sendo fundamental ampliar o debate. A desistência repentina de duas empresas que, ontem apenas, venceram o leilão, soa como pressão para que o governo entre com mais e mais recursos no projeto. E tudo parece indicar que o governo vai acatar mais essa pressão. De fato, parece inemovível de sua disposição em aprofundar os estudos e o diálogo sobre o empreendimento, como parte da sociedade civil demanda. Aproveito o feriado para fazer algumas considerações, na série de postas que seguem.
Tomei ontem, junto com a professora Alda Costa, uma decisão difícil, mas necessária: solicitar nosso descredenciamento do Programa de pós-graduação em comunicação da UFPA. Há coisas que não são negociáveis, em nome do bom senso, do respeito e da ética. Para usar a expressão de Kant, tenho meus "imperativos categóricos". Não negocio com o absurdo. Reproduzo abaixo, para quem quiser ler o documento em que exponho minhas razões: Utilizamo-nos deste para informar, ao colegiado do Ppgcom, que declinamos da nossa eleição para coordená-lo. Ato contínuo, solicitamos nosso imediato descredenciamento do programa. Se aceitamos ocupar a coordenação do programa foi para criar uma alternativa ao autoritarismo do projeto que lá está. Oferecemos nosso nome para coordená-lo com o objetivo de reverter a situação de hostilidade em relação à Faculdade de Comunicação e para estabelecer patamares de cooperação, por meio de trabalhos integrados, em grupos e projetos de pesquisa, capazes de...
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