Pular para o conteúdo principal

Belo Monte 10: O que a usina traz de bom para o Pará?

Em primeiro lugar, cerca de R$ 160 milhões anuais, arrecadados à título do encargo Compensação Financeira pela Utilização de Recursos Hídricos (CFURH). 
Desse total, R$ 64 milhões anuais (40% do total) irão para os municípios no entorno da usina. O Pará e a União ficarão com outros 60%, sendo que a parte da União será investida no estado.
Em segundo lugar, o investimento exigido pelo Ibama, como condicionante à construção da usina, que deverá ser o equivalente a 19 vezes o orçamento do Pará, na área sócio-ambiental, em 2010.
Em terceiro lugar, o que me parece extremamente importante, o uso de uma parte considerável dessa energia no próprio estado. 
De acordo com uma negociação realizada entre o Governo Federal e o Estado do Pará, até 20% da energia de Belo Monte permanecerá no estado, para atender empresas eletrointensivas locais, como Albrás e Alunorte. Isso é importante para gerar vantagens competitivas para esses grupos, no cenário internacional, e fazê-los crescer. Cabe ao governo paraense planejar o uso desse 20%, reservando um percentual para atrair novos empreendimentos.
Em quarto lugar, os investimentos na zona de impacto: emprego, movimentação da economia estadual e local e infra-estrutura complementar, como estradas, construção civil e cabeamentos.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Eleições para a reitoria da UFPA continuam muito mal

O Conselho Universitário (Consun) da UFPA foi repentinamente convocado, ontem, para uma reunião extraordinária que tem por objetivo discutir o processo eleitoral da sucessão do Prof. Carlos Maneschy na Reitoria. Todos sabemos que a razão disso é a renúncia do Reitor para disputar um cargo público – motivo legítimo, sem dúvida alguma, mas que lança a UFPA num momento de turbulência em ano que já está exaustivo em função dos semestres acumulados pela greve. Acho muito interessante quando a universidade fornece quadros para a política. Há experiências boas e más nesse sentido, mas de qualquer forma isso é muito importante e saudável. Penso, igualmente, que o Prof. Maneschy tem condições muito boas para realizar uma disputa de alto nível e, sendo eleito, ser um excelente prefeito ou parlamentar – não estou ainda bem informado a respeito de qual cargo pretende disputar. Não obstante, em minha compreensão, não é correto submeter a agenda da UFPA à agenda de um projeto específico. A de...

O enfeudamento da UFPA

O processo eleitoral da UFPA apenas começou mas já conseguimos perceber como alguns vícios da vida política brasileira adentraram na academia. Um deles é uma derivação curiosa do velho estamentismo que, em outros níveis da vida nacional, produziu também o coronelismo: uma espécie de territorialização da Academia. Dizendo de outra maneira, um enfeudamento dos espaços. Por exemplo: “A faculdade ‘tal’ fechou com A!” “O núcleo ‘tal’ fechou com B!” “Nós, aqui, devemos seguir o professor ‘tal’, que está à frente das negociações…” Negociações… Feitas em nome dos interesses locais e em contraprestação dos interesses totais de algum candidato à reitoria. Há muito se sabe que há feudos acadêmicos na universidade pública e que aqui e ali há figuras rebarbativas empoleiradas em tronos sem magestade, dando ordens e se prestando a rituais de beija-mão. De vez em quando uma dessas figuras é deposta e o escândalo se faz. Mas não é disso que estou falando: falo menos do feudo e mais do enf...

UFPA: A estranha convocação do Conselho Universitário em dia de paralização

A Reitoria da UFPA marcou para hoje, dia de paralização nacional de servidores da educação superior, uma reunião do Consun – o Conselho Universitário, seu orgão decisório mais imporante – para discutir a questão fundamental do processo sucessório na Reitoria da instituição. Desde cedo os portões estavam fechados e só se podia entrar no campus a pé. Todas as aulas haviam sido suspensas. Além disso, passamos três dias sem água no campus do Guamá, com banheiros impestados e sem alimentação no restaurante universitário. Considerando a grave situação de violência experimentada (ainda maior, evidentemente, quando a universidade está vazia), expressão, dentre outros fatos, por três dias de arrastões consecutivos no terminal de ônibus do campus – ontem a noite com disparos de arma de fogo – e, ainda, numa situação caótica de higiene, desde que o contrato com a empresa privada que fazia a limpeza da instituição foi revisto, essa conjuntura portões fechados / falta de água / segurança , por s...