O Brasil tem um consumo per capita de 2.300 quilowatts/ hora ao ano (kW/h). É um consumo relativamente baixo, quando comparado a outros países desenvolvidos: entre sete mil e nove mil kW/h por ano na Europa Ocidental e cerca de 14 mil kW/h por ano nos EUA. Isso quer dizer que o consumo brasileiro tende a aumentar muito. A matriz energética brasileira é pouco variável. É preciso investir mais em energia limpa, como a eólica e a solar, porém, diante do potencial hidrelétrico existente, o governo não consegue planejar essa diversificação. Só o PAC-2 há sete empreendimentos previstos para a bacia do rio Tapajós, também no Pará.
Segundo a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) do total da energia já leiloada e com previsão de entrar em operação até 2016 (o equivalente a 32,1 mil megawatts), cerca de 60% provém de termelétricas, usinas que funcionam a óleo, gás natural e carvão. Ou seja, energia “suja”, poluidora. De fato, as emissões de dióxido de carbono, principal gás causador do efeito estufa, gerado pelas termoelétricas aumentaram 122% entre 1994 e 2007, passando de 10,8 milhões de toneladas de CO2 em 1994 para 24,1 milhões de toneladas em 2007, o que representa 30% das emissões globais do Brasil.
O governo anunciou, há alguns dias, que pretende leiloar outras 13 hidrelétricas em 2010. Esses projetos, reunidos, gerariam mais 4.640 megawatts, algo suficiente para abastecer 12 milhões de habitantes... ou abastecer o apetite de mais algumas indústria eletrointensivas...
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