Belo Monte está sendo construída para abastecer um setor da indústria denominado eletrointensivo. Fazem parte desse setor as mineradoras, siderúrgicas e cimenteiras. Esse setor consome cerca de 30% de toda a energia do país. As características básicas das indústrias eletrointensivas são as seguintes: elevado consumo de energia subsidiada (ou seja, pagam poucos impostos), geram poucos empregos e vivem da exportação de um produto com baixo valor agregado (não escalonam o desenvolvimento). O perfil do parque industrial brasileiro está muito concentrado nesses setores eletrointensivos. Aliás, isso pode explicar a obsessão do governo federal com Belo Monte. Às vezes dá impressão de que a usina está sendo construída apenas para satisfazer a demanda desses grupos mínero-metalúrgicos. O problema de produzir bens de baixo valor agregado e de alto conteúdo energético é que afirma um modelo de desenvolvimento que internaliza pouca renda e impulsiona pouco o desenvolvimento social.
O Conselho Universitário (Consun) da UFPA foi repentinamente convocado, ontem, para uma reunião extraordinária que tem por objetivo discutir o processo eleitoral da sucessão do Prof. Carlos Maneschy na Reitoria. Todos sabemos que a razão disso é a renúncia do Reitor para disputar um cargo público – motivo legítimo, sem dúvida alguma, mas que lança a UFPA num momento de turbulência em ano que já está exaustivo em função dos semestres acumulados pela greve. Acho muito interessante quando a universidade fornece quadros para a política. Há experiências boas e más nesse sentido, mas de qualquer forma isso é muito importante e saudável. Penso, igualmente, que o Prof. Maneschy tem condições muito boas para realizar uma disputa de alto nível e, sendo eleito, ser um excelente prefeito ou parlamentar – não estou ainda bem informado a respeito de qual cargo pretende disputar. Não obstante, em minha compreensão, não é correto submeter a agenda da UFPA à agenda de um projeto específico. A de...
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