Cezar Peluso assumiu a presidência do Supremo Tribunal Federal. Chegou ao fim a era Gilmar Mendes, o período mais estranho da história do STF. Estranho porque, na longa história de relações corporativas e classistas no controle do Estado, inclusive - ou sobretudo - nas esferas do poder judiciário, jamais se havia visto tanta proximidade e interferência entre o poder público e os interesses privados.
O jornalista Leandro Fortes resumiu bem a era Gilmar Mendes no STF, em artigo publicado no blog Brasília Eu Vi. Sua síntese é perfeita:
“No fim das contas, a função primordial do ministro Gilmar Mendes à frente do Supremo Tribunal Federal foi a de produzir noticiário e manchetes para a falange conservadora que tomou conta de grande parte dos veículos de comunicação do Brasil”.
Concordo integralmente. A gestão de Mendes pode ser comparada como a chegada ao poder de um deslumbrado. Desejando, provavelmente, tornar-se arauto de uma direita brasileira pós-neo-liberal e ainda sem líderes. Deu festas e ofereceu coquetéis, trocou favores com a imprensa, concedeu entrevistas bombásticas no Youtube...
Não obstante, apesar desses esforços, o que conseguiu foi, apenas, tornar-se o mico da sorte das elites nacionais. Permaneceu tirando bilhetinhos do retestrelo e fazendo a alegria dessa direita, muito golpista e um tanto dantesca. Bilhetinhos inconsistentes, factóides, sustinhos e santinhos de ocasião.
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