Ditas essas coisas, amos à questão que realmente me interessa: Qual tamanho vai ter o BNDES no governo Dilma?
Dilma declarou pensar que o BNDES não precisa ter “esse tamanho” todo que precisou ter em 2008 e que isso aconteceu por causa da crise. Justifica o apoio do Tesouro ao banco como parte da estratégia de conter o avanço da crise por meio do choque de crédito que vimos e que, afinal se revelou correto.
Porém, também indica que o banco tem um "papel amplo".
Pessoalmente, nao gosto dessa expressão. "Papel amplo" é sinal de falta de concentração, de estrabismo ou de identidade pernóstica.
Se tudo indica que o BNDES, não será, no governo Dilma, o baita-funding que foi de 2008 para cá, faltam elementos, ainda, para termos garantias de que olará a ser o que deve ser: um banco financiador do desenvolimento público e de interesse social.
A mensagem de ambivalência que Dilma está passando tem um endereço certo: a rede de bancos privados, que almeja ser acalmada sobre a possibilidade de um furor intra-estatista, eventual, na sua gestão.
O que os bancos privados querem é poder dar garantias de que participarão da cadeia de financiamento do desenvolvimento de longo-prazo de que há sinais aqui e acolá, para quem liga o lé-com-cré da relação pré-sal / PAC / política social / Dilma.
Uma cadeia de oferta mais que de demanda.
O que penso é que o PT entendeu muito bem a aspiração dos bancos privados e de algumas grandes empresas e que uma parte da campanha de Dilma está sendo feita por meio de mensagens cifradas na direção deles.
Porém, como bem sabemos, ou deveríamos bem saber, o BNDES não dá (deverá dar) conta, sozinho, de personalizar toda essa oferta. É preciso parceiros, também para o ato de ofertar.
E, por parceiros, devemos entender tanto a rede bancária privada como os fundos de pensão, os poucos bancos estaduais que ainda existem (acho que quatro, um deles o Banpará) e alguns instituições financeiras.
Para mim, esse é um dos grandes mistérios que rondam o futuro governo Dilma.
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