Divulgado um estudo sociológico sobre a prática do jornalismo em Portugal. A pesquisa foi coordenada pelo professor José Luís Garcia, investigador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS). A pesquisa durtou cinco anos e deveria ser replicada por aqui. Uma síntese dos resultados:
- Jornalistas titulares de carteira profissional – 7402 - 41% de mulheres e 59% de homens;
- Nos últimos 5 anos entraram na profissão 508 homens e 706 mulheres;
- As mulheres são já maioritárias nas faixas etárias dos 20 aos 34 anos;
- 80% dos titulares de cargos de chefia são homens;
- 60% dos jornalistas profissionais trabalha na imprensa; 15,5% na TV e 13% no Rádio;
- 5% dos titulares de carteira profissional declaram-se em situação de desemprego;
- Elevada taxa de sindicalização: 65%;
- 70% dos jornalistas têm entre 25 e 44 anos de idade;
- 60% dos jornalistas possuem uma licenciatura ou um bacharelado;
- Apenas 1,1% dos jornalistas não foram além do ensino básico;
- 15% dos titulares de carteira profissional trabalha em regime livre (free-lancer).
Agora, algumas conclusões qualitativas alcançadas pela pesquisa (resultantes de 50 entrevistascom jornalistas):
- Uma descrença quanto ao papel de jornalista-actor em processos de mudança social;
- Uma recusa de relações de informalidade no interior das redacções, de partilha de solidariedades, de gostos e de hábitos que, antes, configuravam a chamada «tribo jornalística»;
- Um exacerbar de pulsões individualistas acompanhadas de alguma displicência no que respeita ao respeito de códigos éticos ou deontológicos;
- A aceitação incondicional de imposições hierárquicas;
- O primado de uma formação técnica, em detrimento de saberes e expressões culturais diversificados.
Aqui, uma síntese da pesquisa.
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