Alfredo Costa prefeito de Belém. Opinião do blog sobre as prévias e sobre o cenário que delas resulta.
Alfredo Costa foi escolhido candidato do PT à prefeitura de Belém. Iniciamos agora, é claro, um processo de construção da sua candidatura. Total e irrestrito apoio ao Alfredo, que é um candidato excelente, com chances concretas de recuperar a prefeita para o partido. Parabéns a todos os petistas, que fizeram um debate honesto e justo. Os rompantes de paixão acontecidos são irrelevantes no conjunto do processo. Minhas observações a respeito do processo e do que virá por aí são as seguintes:
1. As prévias mobilizaram a militância e produziram reflexão, por meio dos debates, das discussões nas redes sociais e blogs e no diálogo geral entre as tendências e os militantes. Esse diálogo ajudou a reconstruir a unidade interna do partido, à medida em que permitiu, num plano racional, que grandes temas fossem debatidos; e, num plano subjetivo, que ressentimentos internos fossem enunciados. Ao contrário de muitos, penso que isso faz parte do jogo e que é algo saudável: precisa ser dito para ser superado.
2. As prévias também impactaram no debate político da sociedade civil. Os dois projetos petistas foram discutidos em círculos não-petistas, inclusive por outros partidos políticos. Dessa maneira, o processo contribuiu para um debate público geral, e não apenas partidário. Isso fortaleceu o papel do PT na sociedade paraense e, se for bem aproveitado, ou seja, se o PT souber ampliar seu debate interno para que toda a socieda o acompanhe, poderá ser um aliado precioso no processo eleitoral vindouro.
3. A polarização do resultado, se for corretamente assimilada pela política, demanda ao Alfredo uma guinada à esquerda. Sua política precisa ser a síntese do debate havido e não pode se distanciar dos temas colocados por Puty. Se o fizer da maneira sábia, Alfredo terá unificado o partido e, mais que isso, poderá alcançar uma expressiva parcela de votos não-petistas.
4. Quanto a Cláudio Puty, também em função da polarização extrema do resultado final das prévias, pode-se dizer que ele sai fortalecido da disputa. E isso por duas razões: 1a) Ele próprio, o trabalho que faz em Brasília e suas propostas, se tornaram mais conhecidos da militância petista - na prática, percebi uma dinâmica de des-"demonização" que acontece quando a pessoa intensifica sua participação no diálogo público; 2a) A referida polarização constitui um capital político, uma reserva simbólica preciosa, uma moeda com valor na DS, no PT e no tabuleiro político paraense.
5. Os ataques feitos pelo PMDB e pelo Diário do Pará à sua candidatura também o fortalecem, pois foram tão destemperados e despropositados que seu efeito sobre o espaço público acabou tornando Puty a imagem do anti-barbalhismo por excelência, “o mais temido por Jader”. Com isso, Puty começa a catalizar, sobre si, a positividade daquela frustração que as classes médias belemenses têm em relação à figura que Jader-poderia-ter-sido-e-não-foi. Esse sentimento, que não é um sentimento petista, é claro - e que não muito estudado por nossos cientistas politicos -, diz respeito ao excesso de esperança que envolveu sua primeira candidatura, em 1982, logo profundamente traída, como se sabe.
6. Enfim, todos saem fortalecidos. As prévias foram um sopro novo sobre o PT, um arejamento. O debate verdadeiro sobre as causas da derrota de 2010 resta sem ter sido feito – permanece como segredo de família -, mas se verbalizaram esperanças, ressentimentos e propostas de futuro, e isso constrói.
Vamos em frente, com Alfredo Costa.
1. As prévias mobilizaram a militância e produziram reflexão, por meio dos debates, das discussões nas redes sociais e blogs e no diálogo geral entre as tendências e os militantes. Esse diálogo ajudou a reconstruir a unidade interna do partido, à medida em que permitiu, num plano racional, que grandes temas fossem debatidos; e, num plano subjetivo, que ressentimentos internos fossem enunciados. Ao contrário de muitos, penso que isso faz parte do jogo e que é algo saudável: precisa ser dito para ser superado.
2. As prévias também impactaram no debate político da sociedade civil. Os dois projetos petistas foram discutidos em círculos não-petistas, inclusive por outros partidos políticos. Dessa maneira, o processo contribuiu para um debate público geral, e não apenas partidário. Isso fortaleceu o papel do PT na sociedade paraense e, se for bem aproveitado, ou seja, se o PT souber ampliar seu debate interno para que toda a socieda o acompanhe, poderá ser um aliado precioso no processo eleitoral vindouro.
3. A polarização do resultado, se for corretamente assimilada pela política, demanda ao Alfredo uma guinada à esquerda. Sua política precisa ser a síntese do debate havido e não pode se distanciar dos temas colocados por Puty. Se o fizer da maneira sábia, Alfredo terá unificado o partido e, mais que isso, poderá alcançar uma expressiva parcela de votos não-petistas.
4. Quanto a Cláudio Puty, também em função da polarização extrema do resultado final das prévias, pode-se dizer que ele sai fortalecido da disputa. E isso por duas razões: 1a) Ele próprio, o trabalho que faz em Brasília e suas propostas, se tornaram mais conhecidos da militância petista - na prática, percebi uma dinâmica de des-"demonização" que acontece quando a pessoa intensifica sua participação no diálogo público; 2a) A referida polarização constitui um capital político, uma reserva simbólica preciosa, uma moeda com valor na DS, no PT e no tabuleiro político paraense.
5. Os ataques feitos pelo PMDB e pelo Diário do Pará à sua candidatura também o fortalecem, pois foram tão destemperados e despropositados que seu efeito sobre o espaço público acabou tornando Puty a imagem do anti-barbalhismo por excelência, “o mais temido por Jader”. Com isso, Puty começa a catalizar, sobre si, a positividade daquela frustração que as classes médias belemenses têm em relação à figura que Jader-poderia-ter-sido-e-não-foi. Esse sentimento, que não é um sentimento petista, é claro - e que não muito estudado por nossos cientistas politicos -, diz respeito ao excesso de esperança que envolveu sua primeira candidatura, em 1982, logo profundamente traída, como se sabe.
6. Enfim, todos saem fortalecidos. As prévias foram um sopro novo sobre o PT, um arejamento. O debate verdadeiro sobre as causas da derrota de 2010 resta sem ter sido feito – permanece como segredo de família -, mas se verbalizaram esperanças, ressentimentos e propostas de futuro, e isso constrói.
Vamos em frente, com Alfredo Costa.
Comentários
O nosso candidato, Vereador Alfredo Costa representa uma grande esperança para todos nós. Mas precisa tomar muito cuidado com sua assessoria daqui prá frente, pois muitas vezes em nome da "governabilidade", poderá ser induzido a fazer alianças nefastas, esdrúxulas que vão levar a um descrédito por parte da própria militância que nele votou. Aliança com o PMDB é morte certa Professor. Como exemplo, temos a derrota da Ana Júlia. Jáder é uma cobra grande que quer engolir todos os que estão ao seu redor. Agora ainda mais que para nossa desgraça, ele foi empossado. Professor Alfredo, não se curve aos propósitos de alguns petistas que ainda não aprenderam a lição. Afaste-se do PMDB, que é o partido mais prostituto, pois vai com quem lhe paga melhor.A direção do PT estadual tem que aprender que nós não precisamos deste partido para ganhar eleição. Nós somos fortes, temos programa, projetos para sermos vencedores. Não suje sua bela biografia que é limpa, pois quem com porcos anda, farelo como. Pense nisso e boa sorte
1 - O PT vai se aliar com o PMDB sim, nem que seja uma aliança "branca".
2 - O PT vai perder a eleição. Se o "Pirante" levar vamos fazer parte do governo dele, com uma merdinha qualquer de secretaria de segunda.
3 - Uma boa parte dos capas pretas do PT vai ficar contente com essa derrota.
4 - O Alfredo se cacifa para para ser eleito deputado estadual em 2012.
5 - O Puty (e esta é a boa notícia) se cacifou para disputar o governo.
Concordo integralmente e concluo com três observações:
1 - O Alfredo precisa ser bem preparado para o debate. Um media trainning, uma estratégia de provocação e outra de defesa, etc Coisas para o Chico Cavalcante começar a cuidar desde já.
2 - A imagem do partido tem que preponderar na campanha.
3 - Cabe ao próprio Alfredo estabelecer limites para o personalismo das lideranças do CMB,
2 -
Em relação ao que vc diz sobre o Alfredo, penso que os debates acontecidos mostraram suas virtudes como orador e formulador de um discurso público. Ele foi sempre claro e loquaz, com um discurso de natureza empática que fala de maneira direta ao eleitorado de base. Acho que está na hora de considerar as virtudes e saber como valorizá-las, não é?
Em primeiro lugar, convenhamos, não foi uma cossa. Uma diferença de 53 votos é mínima, não é mesmo?
Em segundo lugar, o tem do seu comentário levar a crer que você também não engole a existência de uma diversidade partidária.
Enfim, unidade partidária se constrói. Ela não cai do céu. E para isso é fundamental pautar nosso discurso por uma atitude ética.
Cara, tu tens um papel nisso, sabia?
Ahahahaha. Mas considere que a ideia que a música do post abaixo deste transmite é de que stranges fruits ativam a imaginação, enriquecem a realidade e tornam a vida mais interessante...
Senhamos dialéticos, cara!
É isso aí. Tá faltando civilidade política. Vamos fazer política com cérebro e com mãos, e não com fígado e unhas!
A palavras "governabilidade" tem sido usada para induzir políticos ao erro. A receita é clássica: antes da considerar a governabilidade, fazer análise de conjuntura, considerar os interesses hegemônicos e questão e, depois, tanger a governabilidade, sempre de maneira relativa.
É na minha maneira de compreender, o Puty teria mais condições de vencer as eleições, como já disse num artigo anterior. Mas agora, o que nos cabe é ajudar o Alfredo a crescer. Também concordo com vc que essa história de "cossa" é ridícula.
A mensagem do Puty foi clara e revitalizou a militância. Penso que ela ainda vai produzir um "efeito fiscalizador" no CMB da maior importância e que o Alfredo vai ser acompanhado, durante toda a campanha e eventual gestão, por esse efeito do discurso do Puty.