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Salve salve Horacio Coppola

Conheci Buenos Aires, pela segunda vez, por sua intermediação.


A primeira vez é Borges - e ninguém tasca. A terceira é, também, literária: Manuel Mujica Láinez, um genial escritor argentino, autor de fabulosas Crônicas de Buenos Aires tão fascinantes quanto o seu Bomarzo. Mas a segunda vez, é de Horácio Coppola, um dos maiores fotógragos da história:


Ele morreu hoje, aos 105 anos de idade. Foi o grande cronista de Buenos Aires, num tempo - os anos 1930 - em que era impossível pensar naquelas cidade como obra de arte:


Coppola radiografou uma modernidade intensa. Periférica, mas intensa:


Contaba su vida así: "Nací el 31 de julio de 1906, en el dormitorio de mis padres, en el 2º piso de la casa construida en 1901, proyectada y dirigida por mi padre: Corrientes, 3060. Comencé mi vida como décimo miembro en el seno de una familia de adultos. Me ofrecieron una plural iniciación y paralelamente aprendí a caminar y a hablar, a escuchar música, a cultivar plantas y a cortar flores, a ser artesano en el más amplio y diverso manejo de instrumentos, incluida ¿a su tiempo? la cámara fotográfica, a criar y convivir con pájaros y la más variada clase de animales, a leer y escribir y manejar periódicos y libros y a conocer la existencia de idiomas: genovés, italiano, francés, en el marco del ejercicio del criollo; la mecánica, las artes, la ciencia, la literatura. Mi hogar: un mundo organizado, ya cumplido".




Sua paixão pelo cinema era evidente na sua narrativa fotográfica. Alguns criticaram-no por isso. Maqs, o que dizer??? Cinema é fotografia x 2. Ou não ????




Coppola, enfim, era forma em movimento:




E cidade - em movimento - como mistério de estar-junto:




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