Há algumas semanas, participei de um seminário interno do PPGCOM (o Programa de
Pós-graduação Comunicação, Cultura e Amazônia) que tem por objetivo socializar,
entre os professores, o planejamento de cada disciplina do curso. É uma idéia
excelente, que, penso, todos os programas de pós deveriam seguir, porque
oportuniza o diálogo interno, coisa fundamental para a maximização da pesquisa
científica.
Foi minha
vez de apresentar minha disciplina, Mídia e Cultura na Amazônia. E fiz a apresentação abaixo, que inclui não apenas a descrição do processo
investigativo e didático da disciplina mas, também, a descrição do vínculo
entre ela e minha atividade de pesquisa, uma coerência que considero necessária
alcançar.
O seminário
foi uma exclelente possibilidade de dialogar, com o PPGCOM, esclarecendo minha
perspectivas de trabalho, e, sobretudo, os seguintes pontos centrais:
- como e por que razão meu foco de pesquisa não está centrado na Comunicação – ao menos tal como ela tem sido, hegemonicamente, percebida compreendida pelos pesquisadores brasileiros;
- minha perspectiva eminentemente transdisciplinar;
- minha perspectiva hermenêutica e o impacto disso sobre toda forma de conhecimento de base epistemológica;
- o núcleo teórico-metodológico central da minha prática investigativa, que é a fenomenologia, uma metodologia de investigação que questiona o alcance do conhecimento proposto pelas teorias naturalistas e cientificistas, dentre elas as teorias psicológicas, as quais sempre apontam para a necessidade de compreender o existir humano através de teorias.
- os aportes da sociologia da cultura, que procuro trazer para a comunicação.
Foi,
sobretudo, uma oportunidade para dialogar com a Ataíde, colega de programa que
procura, ao contrario de mim, centrar seu trabalhor na perspectiva
epistemológica da comunicação.
Acho
importante esclarecer, aos alunos e aos futuros alunos do PPGCOM, bem como aos
pesquisadores que, no futuro, se irão unir a nossa trajetória, que a área da
comunicação possui tradições múltiplas, influenciadas por diferentes diálogos
científicos e diversos aportes teóricos e metodológicos.
Mais talvez
que outras áreas de investigação, há, na Comunicação, essa riqueza de perspectivas – o que penso ser uma imensa
vantagem, porque nos transforma numa área viva, pulsante.
A meu ver,
uma área híbrida. Jamais um campo específico de saber, eu diria. Talvez um
objeto processual. Talvez uma razão durante.
Área de todos e de ninguém. Que bom!
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