Há
certa banalidade, infelizmente, nesse episódio da agressão ao Chico Buarque por
filhinhos de papai. Agressões desse tipo, que beiram a violência física, se
repetem por todo o país. Gente desse tipo já perdeu os limites da educação e
das regras básicas de civilidade. Agora, o que me impressionou mesmo foi a
maneira como a grande mídia, sempre com ímpetos golpistas, tratou da questão,
tornando Chico Buarque, praticamente, o autor da agressão e desenhando-o como
voz partidária.
As
manchetes não foram do tipo “Chico Buarque foi agredido no Leblon”, mas “Chico
Buarque bate-boca com jovens”. Não foram do tipo “Chico defendeu-se de uma
agressão”, mas “Chico defendeu o PT”.
Pobre
país. Esses inúteis, filhos de corruptos – o agressor é filho de Mário Garnero,
o responsável pelo escândalo Brasilinvest, banco de investimentos que fechou em
1985 porque mais da metade de seus empréstimos fora contraída
por empresas “fantasmas” e neto de Álvaro Garnero, que enriqueceu ao prestar serviço à ditadura militar – povoam o pais e acham que podem dizer o que quiserem
a quem quiserem e à hora em que quiserem. Sempre é assim no começo dos
fascismos.
É pena,
mas dou-me conta de que podemos vencer o golpe, podemos continuar a projeto de
diminuição da igualdade que tanto incomoda a gente desse tipo e podemos
recuperar a economia, mas o fascismo dessa gente vai continuar e tende a
piorar. A luta é, também, pelo bom senso.
Melhor
mesmo não sair de casa.
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