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Fazendo contas

Ao que parece – após a imposição, por Eduardo Cunha, da votação secreta para a formação da comissão especial que apreciará o pedido de impedimento de presidente Dilma – as possibilidades de estancar o processo no nascedouro, cenário ideal para o governo, diminuíram drasticamente.

No novo cenário, a batalha sai da Comissão para ir ao plenário da Câmara, onde o governo precisa assegurar 172 votos, já que são necessários os votos de dois terços dos 513 deputados (342 votos) para que o processo de impeachment siga para seu julgamento final no Senado Federal.

A conta não é segura. A base tem, supostamente, 292 deputados (PT: 60, PMDB: 66, PP: 41, PR: 34, PDT: 18, PCdoB: 12, PRB: 20, PSD: 32 e PROS: 9), mas quantos deles acompanharão, realmente, a defesa do governo?

Certamente o governo conta com os votos do PT (60) e, provavelmente, com os do PR (34). O PP é um aliado igualmente próximo, porque, mesmo ainda incomodado com a perda do Ministério das Cidades, ainda conserva dois ministérios no governo – o que deve garantir mais uns 20 votos…

O PDT já se declarou contra o impeachment e tem fortes esperanças de ser recompensado por isso. 10 votos? Talvez. O PROS segue na mesma direção.

Porém, PMDB (66), PP (41), PSD (32) e PRB (20) restam aliados evasivos… Desses 159 deputados poderá o governo contra com quantos? Talvez uns 10 do “grande aliado”. Provavelmente nenhum no partido de Kassab. PP e PRB escapam a toda reflexão.

Fora do campo do governo há ainda os partidos “independentes”: o PSOL (5 deputados) e a Rede Sustentabilidade já se posicionaram contra o impeachment. O PSB (33 deputados) tende a também se posicionar contra.

Além deles, há o PMB (20 deputados) disposto a muito para entrar na “base” do governo, o PTB (25) e os partidos nanicos (15), todos permeáveis, tanto ao governo como à oposição.

E do outro lado?

Do lado obscuro há o PSDB (53 deputados), o DEM (21), o PPS (10), o SDD (15) e o PSC (14).


Mas o fato é que toda conta pode ser transcendida pelo jogo sujo de Cunha e seus aliados. Ninguém sabe o que virá por aí. A própria votação secreta para a escolha da comissão deixa claro o golpista de Eduardo Cunha e dos que o acompanham. 

O roteiro é sempre fora da lei, ilegal e inconstitucional. E isso subverte o jogo dos números.

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