“Por que nunca mais escreveste no blog?”
“Por que ando sem tempo”
“Isso não justifica e nem explica, ao menos para quem anda
escrevendo sobre a temporalidade”
“Sobre os efeitos de sentido da temporalidade na vida quotidiana”
“Pior ainda: sabes bem que a falta de tempo é relativa”
“É, mas pior do que a falta física de tempo é a falta mental de
tempo”
“É, mas escrever é preciso, acima das condições temporais, do
cansaço e da fadiga, porque a situação demanda que mais gente repita que tudo
vai mal, que as pessoas estão ficando irracionais e que o bom senso se perde,
que esse golpismo paraguaio que assola o país precisa parar de uma vez por
todas, que o governo precisa poder trabalhar… Há prioridades”.
Calo-me. O diálogo comigo mesmo, monótono, repetidas vezes ocorrido,
me convence.
Retornemos ao Hupomnemata.
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