Hoje fui reconduzido ao cargo de coordenador o
PPGCOM por mais dois anos. É uma grande honra receber o voto de confiança dos
colegas e dos alunos – sobretudo numa conjuntura que se anuncia sombria para a
universidade pública, para a cultura, para a ciência e para a tecnologia.
Por isso, gostaria de agradecer publicamente por
essa confiança e de externalizar minha percepção de que somente quando estamos
juntos e conseguimos formar laços de confiança, cooperação e solidariedade mútua
podemos construir o bem comum. Ter sido reeleito por unanimidade dos
professores e dos alunos que votaram me parece comprovar essa tese.
Também gostaria de agradecer à generosidade da
Prof. Alda Costa, que me acompanhou na tarefa da coordenação nesses dois anos e
à disposição e coragem da Prof. Elaide Martins, que aceitou me acompanhar, na
tarefa, daqui para a frente.
Sem pretender fazer um balanço de gestão,
gostaria de destacar aquilo que pôde ser construído colaborativamente:
reestruturamos todo o Programa: as linhas de pesquisa, as disciplinas, o
percurso acadêmico do aluno, o processo de qualificação, o processo seletivo e
o sistema de matrícula. Além disso, fizemos o recredenciamento de todo o corpo
docente; ampliamos o número de vagas anuais de 12 para 22; ampliamos o corpo
docente de 10 para 16 professores; quadruplicamos a produção científica e
construímos várias parcerias institucionais.
Mais que tudo isso, porém, gostaria de referir
aquilo que considero o mais importante e que constitui, essencialmente, uma
tarefa coletiva: conseguimos estabelecer um clima de confiança e de respeito.
Um ambiente de colaboração, de cuidado com as pessoas, de tolerância e de
construção de um bem comum que transcende os interesses individuais: um
Programa de Pós-graduação comprometido com a realidade amazônica, na área da
Comunicação.
Ressalto que um bom lugar para estudar e
trabalhar não se faz senão colaborativamente e que isso, muito antes de ser
mérito de uma ou outra pessoa, resulta de um esforço comum. Como dizia
Maquiavel, há duas maneiras de construir o consenso: por imposição do medo ou
por construção do respeito. Jamais considerei a primeira forma, sequer como
possibilidade, em qualquer função de gestão que tenha ocupado, mesmo sabendo
que a imposição do medo é, em geral, o caminho mais fácil, enquanto que a
construção do respeito demanda tempo, constância, repetição e diálogo.
Evidentemente que não estaria dizendo tudo isso
se o processo de assumir a coordenação do PPGCOM e de conseguir tomar posse do
cargo, há dois anos, não tivesse sido tão desgastante e, algumas vezes, tão
frustrante. Não estou aqui para falar disso. Mas numa época em que a confiança
– na justiça, no bom senso, nas instituições – se dissipa, é sempre bom dar
exemplos de como construir a organização comum, a cooperação e a solidariedade,
inclusive para com quem antes era adversário – ajuda a resistir e a vencer.
Mais do que nunca temos que acreditar que resistir é importante e que não há
resistência sem organização e sem as regras do respeito: tempo, constância,
repetição e diálogo.
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