Como disse Helena Chagas, a imagem mais simbólica do dia em que o governo entregou seu novo pacote econômico ao Legislativo não foi a da entrega, ao Senado, do pacote de maldades contra o serviço público de Bolsonaro, mas a da ex-líder do Governo, Joice Hasselmann, chorando na tribuna da Câmara, chamando o presidente, seus filhos e seu “governo” de “bandidos” e “criminosos”.
A performance da deputada demonstra que a base parlamentar do governo praticamente está anulada.
Porém, Bolsonaro e Guedes, com imenso apoio da mídia, entregaram, mesmo assim, o seu pacote anti-servidor público. Por que o fizerem? Penso que para mandar mensagens para o establishment: mensagens de que, mesmo sem base parlamentar e com a perda de apoio social, continuam sendo a melhor opção para os interesses do grande capital.
Num governo de nulidades, joga-se o ônus e o bônus do novo pacote de maldades para o Congresso. A ele de aprovar o que quiser, inclusive colhendo os louros políticos de suas eventuais decisões. Tal como aconteceu com a reforma da Previdência.
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