Feliz 2023 para todxs e Viva Lula presidente.
Outro não teria conseguido no tirar das trevas bolsonaristas.
Como estou me sentido? Primeiramente feliz, mas também aliviado. Os últimos quatro anos foram, para mim (e, imagino, para muitos) de imenso desgaste, sobretudo pessoal. Eu poderia ter trabalhado e ajudado mais, mas não consegui, sob o peso da sensação de impotência, apesar dos esforços. Mas agora estou me sentindo feliz, contemplado e imensamente esperançoso.
Continuemos. Temos a grande missão de lutar, agora, contra o fundamentalismo brasileiro contemporâneo. Por tal, entendemos a continuação da violência, da mentira, da vulgaridade e da imbecilidade bolsonariqtas. Não acabou, mas agora nós estamos no poder.
Como combatê-lo? Penso que com três medidas : 1) Denunciar suas raízes históricas e culturais, para que se forme uma consciênia crítica capaz de, a longo termo (num futuro que imagino precisar de algumas décadas de acúmulo dialógico), destruir as narrativas cínicas, reinventar as identidades e repactuar, em níveis mais justos, as ideias de Estado e de nação; 2) Julgar, com todo o rigor, os crimes cometidos, tanto por civis como por militares, tanto por pessoas como por instituições e punir, quando for o caso, com discernimento e coragem; 3) Cuidar, cuidar dos que foram massacrados e abandonados e, também, cuidar dos lugares, do meio-ambiente, das cidades; proteger, instituir novos marcos de proteção social, recolher e reconhecer sujeitos, ouvir suas histórias, consolar, garantir direitos.
No plano econômico, tudo isso se concentra no macrofato estruturante de tudo o que há de ruim no Brasil: a resiliência da desigualdade social. Se, em 2000, o 1% mais rico da população brasileira detinha 44,2% da riqueza nacional e se, em 2010, esse número caiu para 40,5%, ele subiu, em 2020, depois do Golpe de 2016, para 49,5%.
Até nos Estados Unidos (“pátria do liberalismo”, vitrine idealista dos néscios brasileiros) a situação é menos chocante: lá, o 1% mais rico da população detém, em 2020, “apenas” 35% da riqueza nacional.
O que isso quer dizer? Qual a mensagem que precisa ser escutada desses dados? Que, se precisamos, com urgência, de políticas públicas pautadas por uma estratégia de inclusão e de reparação, precisamos, à médio e longo prazo, de políticas públicas estruturais, comprometidas com a transformação estrutural da sociedade.
E isso significar distribuir poder. Toda desigualdade social e econômica é o produto imediato da desigualdade no controle e posse dos aparelhos produtivos.
Viva Lula. Sobrevivemos.
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