Em geral gostei muito, porque esperava menos. Tem problemas, claro, mas é um bom começo. E por que eu esperava menos? Porque, como sabemos, é um governo de composição e é preciso acomodar muitas legendas e, ainda, atrair base parlamentar. Lula tinha que projetar a frente ampla que o elegeu no ministério e, além disso, atrair partidos para formar uma base parlamentar mais confortável.
Lula não ganhou as eleições só com a esquerda. Entnao, o governo dele tem que ser de composição e adotar o rótulo de « governo de reconstrução nacional ».
E não apenas para governar, mas, também, para isolar e sufocar o bolsonarismo.
Eu imaginava que fosse preciso ceder mais, e por isso digo que fiquei satisfeito com os números:
- 13 ministros do PT (hehehe, o número foi proposital?), o que equivale a 1/3 dos ministérios… e , fora isso, outros 4 são próximos.
- 11 ministros sem filiação partidária e com grande e significativa diversidade
D )o restante 1/3, forma-se a composição: PSB, MDB e PSD têm 3 ministérios cada um, PDT e da União Brasil (o partido, entretanto, não se considera parte da base do governo) têm 2, e PCdoB, Rede e PSOL têm 1 ministério.
9 partidos contemplados – da base de apoio, Solidariedade, Verde e Avante ficaram sem ministério, mas certamente estarão no segundo escalão.
Esse patrimônio leva a 262 votos na Câmara, o que equivale a 51%, a maioria do dia-a-dia, para aprovar medidas provisórias, projetos de lei etc – a aprovação das emendas constitucionais, que demandam maioria qualificada (3/5 da Casa) fica dependendo de negociações extras. No Senado, o Governo terá 45 senadores, o equivalente a 55% da casa.
São bons números, mas outros são menos bons :
- 11 mulheres e 26 homens (numa equação simples, 2 para 1) – poderia ser mais, não é? Penso que Lula deveria ter exigido, aos partidos de apoio, a indicação mais paritária de mulheres, porque as indicações de mulheres veio dele, veio das escolhas diretas de Lula, e não dos partidos aliados.
- 31 dos 37 ministros são brancos, o que é gravíssimo...
A distribuição dos ministros na federação também é um indicativo: 11 atuam no Nordeste, 9 em São Paulo, 6 no Rio de Janeiro, 3 no Centro-Oeste, 2 na Amazônia, 1 em Minas e 1 no Rio Grande do Sul. É um mapa que traduz bem a importância das regiões e estado na eleição de Lula.
O Conselho Universitário (Consun) da UFPA foi repentinamente convocado, ontem, para uma reunião extraordinária que tem por objetivo discutir o processo eleitoral da sucessão do Prof. Carlos Maneschy na Reitoria. Todos sabemos que a razão disso é a renúncia do Reitor para disputar um cargo público – motivo legítimo, sem dúvida alguma, mas que lança a UFPA num momento de turbulência em ano que já está exaustivo em função dos semestres acumulados pela greve. Acho muito interessante quando a universidade fornece quadros para a política. Há experiências boas e más nesse sentido, mas de qualquer forma isso é muito importante e saudável. Penso, igualmente, que o Prof. Maneschy tem condições muito boas para realizar uma disputa de alto nível e, sendo eleito, ser um excelente prefeito ou parlamentar – não estou ainda bem informado a respeito de qual cargo pretende disputar. Não obstante, em minha compreensão, não é correto submeter a agenda da UFPA à agenda de um projeto específico. A de
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