Algumas notas bio-bibliográficas sobre Maffesoli, tema da terceira unidade do curso "Sociologia da Cultura e da Comunicação":
Nascido em 1944 na Alsace, região da França fronteiriça com a Alemanha e rica em recursos minerais, Michel Maffesoli é descendente da imigração italiana vinda para a França no entre-guerras, havendo crescido num meio operário relacionado à extração de carvão. Sua tese de doutorado, apresentada à Universidade de Grenoble, converteu-se no livro “La Connaissance ordinaire” (O Conhecimento ordinário) e constitui um marco para a sociologia do quotidiano. A “vida quotidiana” é um tema de reflexão tradicional para os sociológos, mas o trabalho de Maffesoli lhe confere originalidade, por ser elaborado sob a perspectiva de uma « sociologia compreensiva », herdada da tradição alemã instituida por Georg Simmel e por Max Weber.
Sua obra é um discurso resoluto contra a sociologia acadêmica, qualificada por ele de positivista e por ele acusada de ainda se deixar dominar pela reflexão positivista do século XIX. Com essa crítica, irmana-se a seu orientador de tese, Gilbert Durand, cujo trabalho marca profundamente o pensamento de Maffesoli. Durand elabora uma crítica igualmente radical da “iconoclastia ocidental”.
Partindo da reflexão de Durand, Maffesoli nega o dualismo esquemático que opõe a razão à imaginação – o qual compreende como uma perpetuidade do positivismo. Seu livro “Eloge de la raison sensible” (Elogio da razão sensível) prossegue na elaboração da crítica iniciada na primeira obra.
Maffesoli privilegia, enquanto objeto da análise sociológica, tudo aquilo que não é produzido pelo cálculo, pela intenção, pela estratégia, pela racionalidade. Propõe, enfim, uma sociologia da vida quotidiana. Inspirando-se em A. Schutz, Maffesoli emprega a noção de tipicalidade para evidenciar o fato de que o pesquisador é parte constituinte daquilo que é por ele estudado. Dessa maneira chega-se à noção de empatia, assinalando a cumplicidade que se estabelece entre o pesquisador e o seu objeto.
As características essenciais dessa realidade « banal », estudada pela sociologia compreensiva, seriam a ambivalência, a cumplicidade, a complexidade, a duplicidade, a polissemia, a banalidade e a insignificância.
Maffesoli desenvolve um trajetória de obras complementares, onde os temas muitas vezes recuperam-se. Assim, o espírito comunitário, a tribalização e a recomposição do tecido social, a pós-modernidade, a estética « social », a noção de coletividade, as formas do compósito social são constantes do seu discurso. De um modo geral, esses temas constroem a decupagem de uma « ideologia da nossa época ».
Sua obra é um discurso resoluto contra a sociologia acadêmica, qualificada por ele de positivista e por ele acusada de ainda se deixar dominar pela reflexão positivista do século XIX. Com essa crítica, irmana-se a seu orientador de tese, Gilbert Durand, cujo trabalho marca profundamente o pensamento de Maffesoli. Durand elabora uma crítica igualmente radical da “iconoclastia ocidental”.
Partindo da reflexão de Durand, Maffesoli nega o dualismo esquemático que opõe a razão à imaginação – o qual compreende como uma perpetuidade do positivismo. Seu livro “Eloge de la raison sensible” (Elogio da razão sensível) prossegue na elaboração da crítica iniciada na primeira obra.
Maffesoli privilegia, enquanto objeto da análise sociológica, tudo aquilo que não é produzido pelo cálculo, pela intenção, pela estratégia, pela racionalidade. Propõe, enfim, uma sociologia da vida quotidiana. Inspirando-se em A. Schutz, Maffesoli emprega a noção de tipicalidade para evidenciar o fato de que o pesquisador é parte constituinte daquilo que é por ele estudado. Dessa maneira chega-se à noção de empatia, assinalando a cumplicidade que se estabelece entre o pesquisador e o seu objeto.
As características essenciais dessa realidade « banal », estudada pela sociologia compreensiva, seriam a ambivalência, a cumplicidade, a complexidade, a duplicidade, a polissemia, a banalidade e a insignificância.
Maffesoli desenvolve um trajetória de obras complementares, onde os temas muitas vezes recuperam-se. Assim, o espírito comunitário, a tribalização e a recomposição do tecido social, a pós-modernidade, a estética « social », a noção de coletividade, as formas do compósito social são constantes do seu discurso. De um modo geral, esses temas constroem a decupagem de uma « ideologia da nossa época ».
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