Décimo pecado: Vaidade
O pecado não é venal, mas desnorteia pelo ridículo. A política cultural do PSDB sempre teve uma arrogância que, para muitos, parecia agressiva. Talvez isso fosse, apenas, a necessidade de firmar uma aparência social de pertencimento ou de proximidade a grandes idéias e a grandes intelectuais. Fazer a corte aos famosos, aos verdadeiros, aos grandes, se tornou uma prática. Não obstante, como é sabido, “cultura” não se pega por osmose, e os grandes intelectuais, os verdadeiros, como todos sabem, não costumam pecar pela vaidade. O pecado da vaidade equivale ao tom ideológico e sutil das políticas do PSDB, e precisa ser compreendido, contextualizado, para que não continue influenciando na próxima gestão. Ele está presente em projetos importantes e delicados, como as séries de CD lançadas pela Secult, dentre as quais A Música e o Pará e o álbum Belém da Saudade, ou a reforma de espaços como o Teatro Waldemar Henrique, mas não passou desapercebido o tom de auto-elogio e a arrogância do “nós” – que sabemos fazer, que pensamos assim, que nascemos aqui, que pertencemos a uma elite, política ou econômica, que há de ser melhor, mais capaz, mais culta... Esse tom, muitas vezes áspero, esteve presente em termos absolutamente bizarros e essencialistas, como “paraensismo”, “resgate do amor próprio” e outros. O discurso surgiu claramente do campo das políticas culturais, mas dominou a Funtelpa, outras secretarias, o governo e até mesmo a campanha do candidato derrotado ao governo do Estado.
O pecado não é venal, mas desnorteia pelo ridículo. A política cultural do PSDB sempre teve uma arrogância que, para muitos, parecia agressiva. Talvez isso fosse, apenas, a necessidade de firmar uma aparência social de pertencimento ou de proximidade a grandes idéias e a grandes intelectuais. Fazer a corte aos famosos, aos verdadeiros, aos grandes, se tornou uma prática. Não obstante, como é sabido, “cultura” não se pega por osmose, e os grandes intelectuais, os verdadeiros, como todos sabem, não costumam pecar pela vaidade. O pecado da vaidade equivale ao tom ideológico e sutil das políticas do PSDB, e precisa ser compreendido, contextualizado, para que não continue influenciando na próxima gestão. Ele está presente em projetos importantes e delicados, como as séries de CD lançadas pela Secult, dentre as quais A Música e o Pará e o álbum Belém da Saudade, ou a reforma de espaços como o Teatro Waldemar Henrique, mas não passou desapercebido o tom de auto-elogio e a arrogância do “nós” – que sabemos fazer, que pensamos assim, que nascemos aqui, que pertencemos a uma elite, política ou econômica, que há de ser melhor, mais capaz, mais culta... Esse tom, muitas vezes áspero, esteve presente em termos absolutamente bizarros e essencialistas, como “paraensismo”, “resgate do amor próprio” e outros. O discurso surgiu claramente do campo das políticas culturais, mas dominou a Funtelpa, outras secretarias, o governo e até mesmo a campanha do candidato derrotado ao governo do Estado.
Comentários
Provava, assim, sua firme convicção de que, se não foi feita por ele, a coisa simplesmente não presta. A idéia em si já é doentia, mas piora quando se lembra quais os fins do Monumenta.
Mas o secretário era, apenas, o segundo em matéria de arrogância. E não havia apenas dois.
Com o título GUIAS ESQUECIDOS, Edyr detalha os objetivos e formatos dos eventos, incluindo os critérios de participação. Só para lembrar alguns: "O grande evento -PREAMAR" (talvez substituído pelos "grandes" festivais de Ópera), I Mostra de Teatro Amador Sérgio Cardoso, Salão Paraense de Arte Contemporânea (SPAC) e Troféu Edgar Proença.
No post RESUMO DE ATUAÇÃO CULTURAL - http://edyraugusto.blog.terra.com.br/resumo_de_atuacao_cultural - Edyr faz um diagnóstico do estado atual da Secult e elabora propostas interessantes para tirar a cultura paraense da UTI em que se encontra.
Para encerrar, indico o post BIBELÔS BARULHENTOS, um desdobramento do artigo "Bibelôs".
Espero que a virtude da HUMILDADE impere no próximo governo.
Luciane.
Abs.
Profº Fábio, você acaba de ser convocado para escrever sobre uma das virtudes. A campanha está crescendo...
Abs.
Luciane.
Ps: desconsidere esta crase do "a quatro mãos".
Já foram escolhidos os temas Modéstia, Interiorização e Idealismo. Depois me diga qual será o seu.
Lu.
www.simplesmentelu.blogs.sapo.pt
Tenho de concordar com tudo o que foi dito. Apesar que até houveram alguns trabalhos individualmente bem feitos (como o trabalho de revitalização da rede Cultura, promovida no último mandato) esses geralmente estavam também contaminados com esses pecados citados (a cultura, mesmo revitalizada, continuou servindo a mesma "panelinha" de artistas e inidvíduos).
Espero sinceramente que a situação se reverta no governo petista. Louvável a iniciativa da escrita das 10 VIRTUDES que se espera dele. Gostaria de acompanhar da mesma forma como acompanhei dos 10 PECADOS.
No final das contas só ficou uma dúvida: será que não haviam mais pecados a serem citados ou o 10 é um número mistico e alguns pecados foram deixados de lado em prol do número?
He he he, seja qual for a resposta, isso não alivia os pecados nem compromete seu brilhante texto. Parabéns.
Abs.