Percorrendo livros, discos, museus e jornais produzidos e consumidos na cidade de Belém, ao longo das últimas décadas, percebe-se uma similitude em suas temáticas e nas suas formas de composição. Objetos e conceitos migram, misteriosamente, de um autor a outro e surgem, de maneira imprevisível, em obras diferenciadas tecnicamente, umas das outras, às vezes resurgindo em autores que não necessariamente se reconhecem por meio de suas obras. Pode-se constituir uma espécie de protocolo desses enunciados – ou melhor, desses influxos discursivos que ecoam, aparentemente, de uma subjetividade comum. Eles visam a constituir um texto social amazônico e, dessa maneira, advogam uma identidade. No entanto, sua estratégia é desordenada, e essa identidade advogada não ressoa, ao menos até este momento, senão repticiamente, desprovida de vetores discursivos capazes de conformar noções de grupo, de escola ou de geração.
Talvez porque esses conceitos pertençam a estratégias classificatórias que não têm sentido senão numa “leitura do passado” ou num “projeto de futuro” claro, sendo vazias de sentido diante de um tipo de presenteísmo que se vai revelando intuitivamente, sem projeto prévio, sem pré-conceito, sem pré-tensão a ser qualquer coisa pré-programada, não obstante apresentar, por sua característica fundamental, uma vontade-de-ser sentida, ainda que não definida.
Talvez porque parte da visibilidade desse conjunto de enunciados é conferida por seu público – que, no entanto, é igualmente desorganizado, igualmente disperso.
Talvez, porque os vetores que levam à concretização desse conjunto de enunciados plenos de semelhança pertençam ao território invisível da subjetividade, da intuição, da sensibilidade.
Talvez por esses três motivos.
Gostaríamos de iniciar este trabalho mencionado essa vontade-de-ser não definida e talvez sequer definível. Diríamos que ela tem duas dimensões que nos parecem, à princípio, importantes: em primeiro lugar, uma certa intencionalidade, pela qual vemos que ela não é desprovidade de vontade, ainda que não se conclua segundo fins claramente objetivados ou melhor, segundo escolhas racionais. Em segundo lugar, uma capacidade de conexão, de intersecção, de construção de vínculos empáticos.Por possuir intencionalidade, essa votade-de-ser tem “conteúdo”, o que podemos compreender como substância, como mathesis, embora não se trate – e isso esclarecemos desde já – de nenhum conteúdo essencialista, ou seja, de nenhum conteúdo que precede a sua formação e o seu vigir naquilo em que podemos chamar de mundo da vida.
Por possuir capacidade de conexão, ela demonstra uma vitalidade social empática, que se traduz em termos da interposição de vínculos intersubjetivos. Nesse sentido, podemos dizer que seus conteúdos remetem a formas transcendentais: a formas sociais que se constituem no espaço intersubjetivo.
Talvez porque esses conceitos pertençam a estratégias classificatórias que não têm sentido senão numa “leitura do passado” ou num “projeto de futuro” claro, sendo vazias de sentido diante de um tipo de presenteísmo que se vai revelando intuitivamente, sem projeto prévio, sem pré-conceito, sem pré-tensão a ser qualquer coisa pré-programada, não obstante apresentar, por sua característica fundamental, uma vontade-de-ser sentida, ainda que não definida.
Talvez porque parte da visibilidade desse conjunto de enunciados é conferida por seu público – que, no entanto, é igualmente desorganizado, igualmente disperso.
Talvez, porque os vetores que levam à concretização desse conjunto de enunciados plenos de semelhança pertençam ao território invisível da subjetividade, da intuição, da sensibilidade.
Talvez por esses três motivos.
Gostaríamos de iniciar este trabalho mencionado essa vontade-de-ser não definida e talvez sequer definível. Diríamos que ela tem duas dimensões que nos parecem, à princípio, importantes: em primeiro lugar, uma certa intencionalidade, pela qual vemos que ela não é desprovidade de vontade, ainda que não se conclua segundo fins claramente objetivados ou melhor, segundo escolhas racionais. Em segundo lugar, uma capacidade de conexão, de intersecção, de construção de vínculos empáticos.Por possuir intencionalidade, essa votade-de-ser tem “conteúdo”, o que podemos compreender como substância, como mathesis, embora não se trate – e isso esclarecemos desde já – de nenhum conteúdo essencialista, ou seja, de nenhum conteúdo que precede a sua formação e o seu vigir naquilo em que podemos chamar de mundo da vida.
Por possuir capacidade de conexão, ela demonstra uma vitalidade social empática, que se traduz em termos da interposição de vínculos intersubjetivos. Nesse sentido, podemos dizer que seus conteúdos remetem a formas transcendentais: a formas sociais que se constituem no espaço intersubjetivo.
Comentários
Abraços, Cris Moreno.
Diz o Yúdice :
...“as decisões de governo são tomadas por políticos, não por acadêmicos, homens de ciência ou de fé. Se esse governo não der certo, dificilmente será por culpa desses professores. Eles podem acertar ou errar, mas são subordinados. O acerto ou erro fundamental partirá sempre de uma instância superior.
É por isso que me preocupo com a política. Lembre: o problema das pessoas que não gostam de política é que serão governadas pelas que gostam”....
Diz o Lauande:
...”Isso explica, por exemplo, porque há tanta dificuldade interna de fazer com que órgãos coletivos de decisão funcionem de fato. É que para alguns, a vida parece mais fácil, se as instâncias coletivas de decisão existissem, mas nunca funcionassem. Assim, poucos podem falar sem consultar ninguém, ou consultando poucos cupinxas próximos e leais”...
Diz o Juvêncio, divulgando artigo do reitor Alex Fiúza:
...”Mas é mais fácil um intelectual aprender a administrar a complexidade do cotidiano, inclusive os meandros políticos das arenas decisórias, que um ativista partidário, sem a devida formação intelectual, apreender as tendências da contemporaneidade e os destinos civilizatórios, com as exigências requeridas da abstração. A diferença é de escala e de padrão cognitivo. O Pará precisa de intelectuais politizados e de políticos intelectualizados”...
Mais uma vez, fica com Deus.
Abraços, Cris Moreno.
Fico muito confiante,o amigo Puty é excelente pessoa e temperado pela luta política, está bem assessorado - eu tenho fé e uma faca amolada: confio.
Abraços,
Pedro
Gostaria que tu esclarecesses quais as temáticas e formas recorrentes na produção artística belemense tu identificaste. Pode ser? Tens algum texto mais objetivo no sentido desse esclarecimento?
MuUuUito obrigada,
Luciane